São Tomé e Príncipe e Portugal apostam em cooperação de desenvolvimento

03-03-2015

Porém, há ainda trabalho a fazer. Nos próximos meses empresários portugueses deverão visitar o arquipélago para diversos encontros, na perspectiva de analisar projectos viáveis, indicou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal. Para Luís Campos Ferreira, a área empresarial é «prioritária»: «Vamos ter reuniões com alguns empresários – industriais portugueses que se vão juntar a nós e analisar as condições de poderem criar emprego em São Tomé e Príncipe. Mas é preciso dinheiro para alavancar esses investimentos. Cá estamos também para ver como é que havemos de o encontrar em conjunto», declarou. «Temos de criar condições para incentivar investimentos de modo a gerar riquezas», acrescentou Campos Ferreira. Assim, o sector energético foi identificado como uma das prioridades. «A criação de um bom sistema energético para São Tomé e Príncipe, que possibilite as famílias de usufruírem de boa energia, mas também que possibilite quem quer investir em indústria que o possa fazer com um nível de segurança. Esta tarefa estruturante para o tecido económico e para as famílias é uma prioridade», sublinhou o governante português. O sector empresarial já parte do Programa Indicativo de Cooperação (PIC) assinado há três anos entre os dois países, visando o combate contra a pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável do arquipélago. O Governo santomense, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Salvador Ramos, pretende melhorar os índices de desenvolvimento humano e conta com os parceiros internacionais, nomeadamente Portugal, para que cada cidadão «possa usufruir do bem-estar social, cada santomense possa usufruir de água potável, de uma melhor saúde, de uma melhor educação. Para isso contamos com os esforços nacionais, mas também contamos com a cooperação que desenvolvemos com os nossos parceiros, quer bilaterais quer multilaterais, no caso concreto com Portugal». Outra área que deverá merecer atenção particular é a da segurança, tendo em conta a posição estratégica de São Tomé e Príncipe no golfo da Guiné e o combate contra a pirataria e o terrorismo. O próximo PIC dará continuidade à cooperação nos sectores considerados tradicionais, nomeadamente a capacitação científica e tecnológica, o Empreendedorismo, a Educação e a Saúde, com ênfase na capacitação institucional. No quadro do último Programa Indicativo que começou a ser implementado em 2012 e está na fase final, a cooperação com São Tomé e Príncipe representou mais de 40 milhões de euros, segundo o secretário de Estado luso dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. Durante a sua estadia de uma semana, Luís Campos Ferreira teve encontros de trabalho com os ministros dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Salvador Ramos, da Economia e da Cooperação Internacional, Agostinho Fernandes. O governante luso reuniu-se ainda com o ministro da Defesa e do Mar, Carlos Stock, e com o titular do Emprego e Segurança Social, Carlos Gomes. Campos Ferreira visitou também a ilha do Príncipe e foi recebido pelo Primeiro-ministro, Patrice Trovoada, e pelo Presidente da República, Manuel Pinto da Costa.

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