São Tomé e Príncipe: Banco Central intervém no Banco Equador
28-01-2015
A intervenção teve início a 27 de Janeiro e está prevista para três meses, diz o comunicado do Banco Central que a PNN consultou. Há largos meses que circulavam notícias de que a saúde financeira do Banco Equador não era satisfatória. O comunicado do BCSTP confirma agora que o referido banco «vem apresentando indicadores de solvabilidade e liquidez muito críticos, não observando as determinações, instruções e directivas emanadas pelo Banco Central». A instituição supervisora afirma ainda que accionou «sem sucesso» diversos mecanismos à sua disposição com vista à reposição do normal funcionamento do Banco Equador. De acordo com uma fonte, há meses que o BCSTP tinha colocado no referido banco comercial quadros seus, para ajudar na normalização da situação. A medida de terceiro nível do BCSTP impõe-se quando a advertência para corrigir, assim como multas e coimas pelo incumprimento, não surtem efeito. Acontece quando uma instituição financeira regista incumprimentos no tecto de reservas obrigatórias, na apresentação de contas com indicadores de melhoria, na disponibilidade de recursos para dar resposta às necessidades dos clientes e na apresentação de relatórios periódicos ao BCSTP. Uma fonte do Banco Central disse à PNN que os accionistas angolanos representados pelo Grupo Mombaka têm injectado capital regularmente nos últimos tempos. «Mas há um problema de gestão». As cerca de cinco agências do BE têm custos fixos elevados. O número de recursos humanos é relativamente elevado e os salários estão acima da média bancária, aponta a fonte. Por outro lado, a concessão de créditos a pessoas influentes sem cumprir os parâmetros obrigatórios também contribuiu para agravar a situação, completou. O BE pretendia ser o segundo maior banco comercial, depois do Banco Internacional de São Tomé e Príncipe. Há largos anos, quando era conhecido como «Banco Verde», sob a gestão do economista Agostinho Rita, foi à falência. Nesse cenário foi adquirido pelo Grupo Mombaka, que detém a maioria do capital. É a terceira intervenção do Banco Central numa instituição financeira. A primeira foi o Commercial Bank STP, COBSTP, de capital camaronês. Depois, foi o Island Bank em 2013. O controlo do BCSTP naquele banco de capital nigeriano ultrapassou em muito os noventa dias até ser adquirido pelo Energy Bank. Com a perspectiva do país se transformar em produtor de petróleo, cerca de dez bancos instalaram-se em São Tomé e Príncipe. A ideia de São Tomé se transformar numa praça financeira está a levar tempo a consolidar-se.
Comentários (X)