São Tomé e Príncipe apoia resposta global contra o terrorismo
08-02-2015
Este posicionamento foi manifestado pelo Presidente da República santomense diante dos representantes do corpo diplomático e das organizações internacionais acreditadas no país, por ocasião dos cumprimentos de Ano Novo.
Perante a situação particular que se vive na Nigéria, país vizinho e irmão, Manuel Pinto da Costa expressou solidariedade para com o povo e as autoridades nigerianas, bem como «a condenação veemente dos crimes contra a humanidade levados a cabo pelo Boko Haram».
«A violência e o sacrifício de vidas humanas inocentes será sempre um caminho sem destino, sejam quais forem os motivos em nome dos quais estes actos de terror são cometidos», sublinhou o Chefe de Estado santomense.
São Tomé e Príncipe apoia a resolução recentemente tomada pela União Africana, de criação de uma força regional para combater esse grupo extremista, ciente de que «esta força especial constituirá um importante passo no sentido da resolução desta trágica situação que exige uma cada vez maior atenção e estreita cooperação da comunidade internacional em geral».
«Apesar dos trágicos acontecimentos ocorridos em França, das atrocidades que continuam a ser cometidas pelo autodenominado Estado Islâmico, gostaria de manifestar a minha convicção e confiança que a comunidade internacional não capitulará perante este fenómeno e saberá conjugar esforços para vencer a luta sem tréguas que é necessário travar», declarou o Presidente da República santomense.
O embaixador de Angola lembrou, por sua vez, que recrudescem ações criminosas na região do Golfo da Guiné, onde São Tomé e Príncipe está inserido.
É necessário que se «redobrem esforços virados ao combate à pirataria, ao tráfico de drogas, à imigração ilegal e a toda natureza de crime organizado», enfatizou Alfredo Mingas, que discursava em representação do Decano dos Embaixadores, o equato-guineense António Ebalé Ayingono.
Os diplomatas acreditados no arquipélago estão igualmente preocupados com o surgimento no mundo árabe de «grupos radicais e extremistas que têm alargado os seus tentáculos no continente africano, provocando instabilidades sem precedentes e a perda de vidas humanas», além do conflito israelo-palestiniano.
Por outro lado, regozijaram-se e saudaram o «histórico início das conversações visando a normalização das relações diplomáticas entre os Governos dos Estados Unidos da América e Cuba».
Querem igualmente ver reatadas «acções de concertação e diálogo entre a União Europeia, os Estados Unidos da América e da Federação Russa, que possam levar de facto a paz à Ucrânia».
Pesem embora os esforços já consentidos com programas de austeridade e reformas tanto estruturais como económicas, os diplomatas realçaram que o mundo está profundamente conturbado e mergulhado em crises sucessivas que afectam negativamente todo o tecido económico, empresarial e social das economias mais vulneráveis, minando a confiança e fomentando a descrença e a desesperança.
«Toda esta panóplia de situações associada à queda dos preços do petróleo no mercado internacional, alia-nos a uma urgente necessidade de uma maior racionalidade na gestão dos recursos que são cada vez mais escassos», alertou Alfredo Mingas.
O quadro de análise do Chefe de Estado santomense é semelhante: «Para além das ameaças à paz, da instabilidade que ainda afecta vastas áreas do continente, o fenómeno do terrorismo, a epidemia do ébola, a pobreza e a fome, associa-se ainda a persistência de uma crise económica internacional. Os efeitos da queda dos preços do petróleo assumem particular relevância na região do Golfo da Guiné, dependente em grande parte das receitas petrolíferas».
«Esta é uma nova equação cujo impacto na economia da região é ainda difícil de determinar e que, afectando parceiros importantes de São Tomé e Príncipe na região poderá também, por isso, ter consequências no desenvolvimento do nosso país», admitiu Pinto da Costa.
«Uma situação que deve ser seguida com toda a atenção, de modo a conjugarmos esforços para que sejam tomadas internamente todas as medidas necessárias para minorar as consequências negativas que esta conjuntura pode ter no nosso processo de desenvolvimento», recomendou.
Pinto da Costa sublinhou ainda estar empenhado pessoalmente, em nome do Estado santomense, em tudo fazer no sentido de «incrementar as relações de amizade, solidariedade e cooperação entre os nossos povos».
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