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Mesa Redonda sobre Guiné-Bissau arranca em Bruxelas
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Falando durante a cerimónia de abertura do encontro, Domingos Simões Pereira, Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, disse que este fórum é um momento cimeiro de partilha de visão estratégica e de restauração dos quadros de parceria e de cooperação entre a Guiné-Bissau e os seus parceiros internacionais. «Uma parceria a edificar em novas e eficientes bases que permitam projectar o país para um amplo compromisso com a estabilização política e governativa, de modo a garantir um desenvolvimento equitativo e durável», disse Simões Pereira. Por outro lado, o Chefe do Governo reconheceu que o faz com a consciência de um passado governativo que não orgulha a ninguém e que não favoreceu nem a estabilidade nem a promoção do desenvolvimento da Guiné-Bissau. «Hoje, é dessa experiência que retiramos a confiança da nossa aprendizagem e sobretudo do nosso compromisso e empenho em mudar o rumo do nosso destino, enquanto nação que se quer projectar no mundo com renovadas premissas», sublinhou. Neste sentido, o Primeiro-ministro disse que o país se encontra nesta reunião para dizer aos parceiros internacionais que está pronto para uma parceria renovada, sólida e dinâmica, centrada num diálogo político elevado e em instrumentos de diálogo técnico consubstanciados no Plano Estratégico e Operacional 2025, que vai apresentar aos doadores internacionais. «A Guiné-Bissau está aqui também enquanto momento político novo, caracterizado por reformas profundas e estruturantes das instituições do Estado, importantes passos dados no processo de reforma do sectores da Defesa e Segurança, de combate às actividades e práticas lesivas ao património público, segurança do Estado e Bem Comum, e na melhoria do desempenho económico, que demonstram a determinação das novas autoridades saídas das eleições Gerais ocorridas em Julho de 2014, em dar um novo rumo ao país, edificando e consolidando os fundamentos para a boa governação», informou Simões Pereira. A nível interno, o Primeiro-ministro informou a comunidade internacional presente no encontro de Bruxelas que o país produziu consensos alargados a todas esferas da sociedade política e sociedade civil, a aprovação por unanimidade do Programa de Governação e Orçamento Geral do Estado, algo inédito na história democrática, e a elaboração de uma visão a curto, médio e longo prazos demonstram a determinação do povo guineense em reconstruir a sua história e o seu destino. «É nessa base que a Guiné-Bissau traz para esta conferência a esperança acrescida de um povo sofrido, que apesar das dificuldades que passou nos últimos tempos acredita num futuro melhor e pretende construí-la e partilhá-la com os seus parceiros internacionais», sublinhou. Perante esta realidade positiva do país, Simões Pereira disse que tem a profunda convicção de que a Guiné-Bissau irá transformar-se num caso de grande sucesso em matéria de consolidação da estabilidade e da boa governação. «Para que este desfecho seja assegurado e que esta oportunidade que se abriu perante nós não seja desperdiçada, o nosso país precisa de uma intervenção robusta e impactante dos parceiros de desenvolvimento para a consolidação da estabilidade política, quer ao nível económico e financeiro, quer ao nível da cooperação para alavancar os pressupostos de uma transição efectiva para o desenvolvimento durável», apelou. Para convencer a comunidade internacional sobre esta iniciativa, o Chefe do Governo informou que o país vive, hoje, um novo ciclo político focado no fortalecimento do Estado, normalização da vida pública, garantia da estabilidade social, reconstrução económica e combate à pobreza, tendo reconhecido que, contudo, é inegável que paira sobre a Guiné-Bissau a condição de Estado institucionalmente frágil, pós-conflito e com escassos recursos financeiros, acrescida das consequências políticas, económicas, ambientais e sociais gravosas daí derivadas e que configuram enormes desafios de governação. «Vencer estas barreiras revela-se fundamental para a consolidação dos processos de estabilização política e social, e o fortalecimento do Estado de direito democrático em curso», disse. Simões Pereira referiu que, para um Estado tributário da assistência internacional como é a Guiné-Bissau, os efeitos da ajuda externa no tecidos social, político e económico, e na credibilidade e autoridade do Estado são fundamentais e decisivos para a garantia da eficiência do desenvolvimento enquanto um mecanismo de estabilização nacional e regional. A terminar o Primeiro-ministro da Guiné-Bissau disse que ajuda Pública ao Desenvolvimento que se solicita em Bruxelas à Comunidade Internacional, visa criar as condições para alavancar o combate à pobreza, melhorar a segurança humana através da educação e da saúde, criar as infra-estruturas económicas e sociais indispensáveis e reforçar a capacidade das instituições do Estado, de modo a poder mobilizar outros fluxos internos e externos de financiamento do desenvolvimento. «Neste propósito, solicitamos o indispensável apoio de todos os parceiros multilaterais e bilaterais para o sucesso desta conferência, pois fico por aqui e sublinho simplesmente que estamos aqui todos, guineenses e amigos da Guiné-Bissau, esperançosos porque acreditamos na vossa solidariedade e disponibilidade em participar na construção da Guiné-Bissau», concluiu Simões Pereira.Fonte: Luanda Digital