Candidato Presidencial Afonso Té defende a refundação do Estado da Guiné-Bissau

23-03-2014

Afonso Té falava num comício popular perante os seus apoiantes, em Bissau, onde afirmou que a sua visão política consiste em dotar o Estado guineense de uma profunda reforma nas instituições, nomeadamente reformas fiscais, da administração pública e do sector da Defesa e Segurança. «Depois de 40 anos de independência, a triste realidade da Guiné-Bissau ensina-nos que nenhum golpe de Estado e nenhuma transição permitiu remediar os males que agregam a nossa querida pátria» disse Afonso Té, realçando que a realidade impõe a todos que nenhuma formação política, ainda que revestida do seu herói do passado ou da sua legitimidade de armas, pode isoladamente tirar a Guiné-Bissau do sub-desenvolvimento, da estrema pobreza, da instabilidade e da impunidade que caracteriza o quotidiano da sociedade guineense. António Afonso Té entende ainda que «o sistema político actual na Guiné-Bissau alberga numerosas contradições e contém em si numerosos conflitos que conduziram a um verdadeiro impasse, revelando cruelmente os limites da primeira República do país. Convido a todos os filhos desta generosa terra a participarem activamente na refundação do Estado para construir a segunda República da Guiné-Bissau, esperada ansiosamente pelo povo guineense porque ´Djitu Tem´». «O regime político guineense, copiado de um sistema cujas premissas não têm raízes nas nossas vigências, produziu uma ´bicefalia´ que provocou uma rivalidade no topo do Estado e provocou ainda uma guerra civil na Guiné-Bissau que devastou o aparelho do Estado, uma bicefalia que enterra o aparelho do Estado profundamente na desarticulação, permitindo uma corrupção que mina os seus fundamentos pelas crises recorrentes coloradas de uma ausência notória de Estado pelo seu incipiente poder de coerção e pela sua incapacidade de conseguir, de promover e de executar as políticas públicas portadoras de desenvolvimento» acusou Afonso Té. O candidato Presidencial disse ainda que a sua vocação «é a restauração da confiança dos guineenses, a recriação das sementes da coesão nacional, bem como fazer primar a força da Lei e a autoridade do Estado de direito, renovando a esperança dos jovens». Segundo Afonso Té, a necessidade vital de uma saída definitiva das crises recorrentes e indultos, e a imperiosa exigência de colocar à volta de uma mesa todos os filhos e amigos do país, a fim de conceberem uma solução inclusiva integrando as considerações objectivas das diferentes componentes da nação». António Afonso Té, de 58 anos de idade, tem nove filhos e quatro netos. Foi combatente da liberdade da pátria e é mestre em Ciências e artes militares. Foi vice-Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas no período que antecedeu o conflito militar de 7 de Junho de 1998. Tiago Seide

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