Cabo Verde: Simões Pereira diz que os países africanos estão à vontade com as lições do dia-a-dia

10-05-2015

O Chefe do Governo guineense falava aos jornalistas na sequência da sua participação no II Diálogo Estratégico sobre «Inovação na gestão do desenvolvimento», promovido pelo Instituto Pedro Pires para a Liderança. «Hoje já não é suficiente nas tertúlias demonstrarmos que conseguimos citar pensadores europeus ou estrangeiros no geral, mas estarmos também à vontade com lições que vêm do nosso dia-a-dia, da comparação de como resolvemos a situação ontem e como é que hoje as enfrentamos», anotou. Domingos Simões Pereira adiantou que, neste momento, verifica-se também que há uma à vontade em citar casos de sucesso e admitir que em muitos casos está-se perante o insucesso, dando margem para correcções. «Portanto, é isto tudo que cria uma dinâmica de aprendizagem e com a qual as sociedades conseguem efectivamente evoluir», salientou. Domingos Simões Pereira teve a tarefa de fazer o enquadramento do II Diálogo Estratégico sobre «Inovação na gestão do desenvolvimento», momento que foi aproveitado para falar da situação actual da Guiné-Bissau e também para apelar à comunidade internacional que continue a acompanhar e a apoiar o país nesse processo de transição. Para o patrono do Instituto Pedro Pires para a Liderança, o antigo Presidente da República, os resultados do II Diálogo Estratégico ultrapassaram as expectativas pela novidade das intervenções. «O importante é trazer ideias novas, qualquer coisa que não é discutida normalmente entre nós», explicou Pedro Pires, para quem nessa matéria há necessidade de aprofundar os conhecimentos e ver as análises e as contribuições dadas. Pedro Pires destacou como primeira ideia nova, saída do encontro, a necessidade de aprender, preparar-se e capacitar-se, pondo de lado tudo o que seja mimetismo e tentando compreender para adequá-las à dimensão de Cabo Verde. «O interessante é que são pessoas que pensam de forma diferente e que trazem argumentos extremamente válidos para nos ajudar na nossa reflexão», referiu Pedro Pires. Por seu lado, o Primeiro-ministro guineense, Domingos Simões Pereira, manifestou o desejo de Bissau acolher o III Diálogo Estratégico para reflectir sobre os grandes desafios do desenvolvimento nacional, ideia que Pedro Pires não rejeitou. «É uma experiência que, obviamente, eu gostaria que acontecesse na Guiné-Bissau, apesar das limitações que ainda temos», afirmou Domingos Simões Pereira confirmando ter recebido uma promessa de a próxima edição dos Diálogos Estratégicos poder acontecer no seu país. «O dia de hoje foi muito produtivo nessa aprendizagem, no reconhecimento de que não é nos recursos naturais que está o essencial daquilo que seriam as oportunidades para os países africanos e a Guiné-Bissau não foge a essa realidade», disse. Na visão do governante, há um desafio do conhecimento e da inovação, colocando a educação em primeiro lugar, de modo a colmatar o fosso que ainda existe não só em relação à sociedade da informação, mas também à formação das novas gerações. «Nada nos diz que o mesmo não possa ser feito em Bissau», respondeu Pedro Pires, prometendo discutir o assunto com Domingos Simões Pereira para ver o que pode oferecer nessa matéria. Pedro Pires realçou, contudo, que os guineenses poderão, num quadro diferente, organizar um debate semelhante.

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