Angola vai emitir mil milhões de dólares de títulos
17-04-2023
Angola vai emitir mil milhões de dólares em titulos de divida, disse a agência reuters.
A ministra das finanças Vera Daves, disse à agencia que o governo aprovou a emissão de chamada dívida para uso em questões ambientais, sociais e de governação, os chamados titulos ESG.
A emissão desses títulos não deverá ocorrer este ano mas os detatalhes para uso dessa dívida serão publicados ainda este mês.
Angola já anteriormente emitiu seis titulos de divida e o ano passado houve receios nos mercados financeiros internacionais que Angola não pudesse pagar as dividas desses tiíulos devido à subida das taxas de juro nos mercados internacionais.
A última emissão de títulos foi em 2019 e os rendimentos desses títulos chegaram a atingir os 30% durante a epidemia de Covid-19
Os titulos ESG são considerados mais estáveis porque são considerados mais transparentes no que diz respeito ao uso dos seus fundos mas o juros são geralmente mais baixos para os investidores.
Vera Daves disse que Angola vai ter “muita cautela” sobre quando emitir os títulos “porque queremos estabilizar a nossa dívida”.
Produção de petróleo
Daves afirmou ainda que a actual produção de petróleo angolano é de cerca de 1 milhão e 200 mil barris por dia, devendo estabilizar em redor do milhão em 2024.
A ministra disse que as autoridades estão a usar o preço de 75 dólares o barril para efeitos do orçamento acrescentando que qualquer preço abaixo dos 70 dólares torna-se “desconfortável” que poderá levar ao “congelametno de algumas despeas”.
Vera Daves revelou ainda que o governo continua a apostar numa privatização parcial da Sonangol mas o processo está atrasado devido à necessidade de se assegurar que todos os seus bens estão contados antes da companhia ser listada na bolsa de Angola e numa outra bolsa estrangeira ainda por escolher.
“Esperamos ver esta situação resolvida num ano ou no pior em dois anos”, acrescentou.
Angola planeava anteriormente listar 30% da companhia em 2022-
FMI avisa que financimento internacional está “congelado”
O Fundo Monetário Internacional avisou haver o que chamou de um grande congelamento de financiamento internacional para os países da África sub-sahariana.
Numa declaração o FMI aafirma que a rápida intensificação da restritividade da política monetária mundial aumentou os custos de financiamento dos países da África Subsariana, tanto nos mercados nacionais como internacionais, acrescentando que todos os mercados de fronteira da África Subsariana ficaram sem acesso aos mercados financeiros desde a primavera de 2022.
A dívida pública e a inflação “estão a níveis não vistos há décadas desde a primavera de 2022”, disse o FMI que acrescentou que o valor efectivo do dólar “alcançou o seu nível mais alto dos últimos 20 anos o ano passado, aumentando o peso do pagamento de serviço da dívidas em dólares”.
Com a redução dos orçamentos da ajuda e menores fluxos de entrada dos parceiros, esta situação está a provocar uma grande contração do financiamento para a região.
“As populações na África Subsariana estão a sentir os efeitos de uma crise de financiamento”, diz o documento emitido pela organização .
O dirigente do departamento acfricano do FMI Abebe Aemro Selassie fez notar que “associado a um declínio a longo prazo da ajuda e a uma diminuição mais recente do investimento dos parceiros, isto significa que há menos dinheiro para gastar em serviços essenciais como a saúde, a educação e as infraestruturas”.
“ Se não forem tomadas medidas, esta contração do financiamento prejudicará os esforços da África Subsariana para criar uma população instruída e qualificada e tornar-se a força motriz da economia mundial nos próximos anos”, acrescentou.
Gastos de Angola em capital humano poderão ser afectados
Anteriormente no passado mês de Março a instituição disse que historicamente os gastos de Angola no capital humano e social “têm sido baixos e ineficientes” e faz notar que a pobreza e desigualdade são elevadas quando comparados com outros países da mesma região e do mesmo grupo de rendimento.
Os gastos na educação estão “atrasados” em relação a outros países, o mesmo acontecendo com os gastos na saúde que descreve de “baixos e ineficientes”.
“Os investimentos nas infraestruturas caíram significativamente na última década e a qualidade permanece fraca”, diz o documento, que faz notar que os investimentos necessários em todas essas áreas para se ficar próximo dos objectivos de desenvolvimento social ( SDG na sigla inglesa) terão que ser “significativos”.
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