Auto da Barca do Inferno

Auto da Barca do Inferno
Gil Vicente
Ciências Sociais
"Auto da Barca do Inferno", escrito por Gil Vicente em 1517, é uma peça de teatro moral que satiriza os vícios e comportamentos da sociedade portuguesa da época. A obra apresenta uma alegoria sobre o destino das almas após a morte, onde os recém-falecidos chegam a um porto e são recebidos por duas embarcações: uma barca que leva ao Paraíso, guiada por um Anjo, e outra que conduz ao Inferno, dirigida pelo Diabo.
Ao longo da peça, vários personagens representativos de diferentes classes sociais e comportamentos (como o fidalgo, o juiz, o sapateiro, o frade, a alcoviteira, entre outros) desfilam em frente às barcas. Cada um tenta justificar sua conduta na Terra, buscando convencer o Anjo a levá-los ao Paraíso, mas acabam revelando seus pecados e falhas morais. O Diabo, por sua vez, os confronta e ironiza suas justificativas, conduzindo-os ao destino que julga mais apropriado: a Barca do Inferno.
A peça critica a hipocrisia, a corrupção e a falta de ética, mostrando que o status social ou religioso não garante a salvação, mas sim as ações e escolhas morais de cada indivíduo. "Auto da Barca do Inferno" é uma obra marcante do teatro vicentino e da literatura portuguesa, usando humor e sarcasmo para refletir sobre a moralidade e a justiça divina.
Comentários (X)